2012, quero estar lá quando acabar

Mais um ano se encerra e com ele muitos sonhos que ficaram pelo caminho, mas também boas realizações de quem se esforçou e não esperou apenas que a Dona Sorte lhe fizesse uma visita.
Para esse início de ano, uma grande dica: fique de olho na televisão. Se ela estiver ligada e por um acaso passar alguma coisa relacionada a retrospectiva e Calypso, desligue-a, nada de ficar deprimido ao adentrar 2012. Se não tiver coisa melhor para ler, recomento os melhores posts e os mais lidos de 2011.
Muito se fala no fim do mundo, o que me questiono é se ele já não acabou e estamos vivendo numa ilha de Lost tamanho família, visto que ninguém sabe porque pessoas entram e saem de nossas vidas, mas continua acontecendo como se fosse de propósito. E talvez seja mesmo, ou não, assim diria Caetano Veloso.
Esse ano eu vi um monte de coisas acontecerem que me deram um tom de repetição, a despedida de Ronaldo dos gramados é um bom exemplo, por mim, ele morreu durante uma das copas e o Bussunda assumiu o seu lugar, daí a aposentadoria já teria acontecido há anos.
Outra coisa impressionante, os políticos brasileiros ficaram honestos e preocupados com o que acontece com a população. Ok, mentira minha, mas está aí algo que poderia acontecer um dia, só para variar um pouco.
Agora eu me lembrei do pandemônio que foi a virada do ano 2000, galera viajando na maionese achando que os computadores ficariam loucos e começariam uma nova guerra mundial. O máximo que vi de fim de mundo foi o começo dessa onda de redes sociais, que transformou as pessoas em grandes voyeurs, além de infantilizar boa parte da população. A quem estou enganando? Elas já eram infantis antes, mas passaram a deixar suas infantilidades mais acessíveis aos outros.
Uma das coisas divertidas e preocupantes, ao mesmo tempo, deste ano, foi ver a que ponto chegamos com as patrulhas morais e em defesa da família brasileira. Em determinado período do ano houve uma grande caça aos humoristas que faziam piadas ruins. Eu também achei algumas horríveis, mas até aí, temos o direito de escolha, podemos simplesmente escolher ver outra coisa.
Pouco se preocupou em construir boas relações, os olhos estavam mais focados em culpar e penalizar os outros, espero que seja só um período de adaptação à liberdade de expressão. Tudo agora é crime, ofensa grave e problema para a sociedade.
O mundo caindo com crise na Europa, importação dos chineses acabando com a indústria nacional, governo promovendo demissões apenas quando vaza algum escândalo e gastando como se o dinheiro caísse do céu, deputado analfabeto legislando, estádios sendo construídos com a torneira da corrupção aberta, economia desacelerando e a mídia preocupada onde fulano vai passar as férias ou se dormiu com a mulher do coleguinha.
Uma outra coisa que reparei em 2011 foi o sensacionalismo exacerbado nos veículos midiáticos. Se um óbito fosse gerado no trânsito, uma grande caça as bruxas começava, todos os motoristas eram considerados potenciais culpados, não interessando se bêbados ou sóbrios.
Durante semanas a exploração do tema rendia pautas para os programas que sobrevivem do sangue alheio. E lá, a população, o grosso dela, de olho no apresentador. Ao ver tanta eloquência dos apresentadores fico com a impressão de que tem sujeito que reza para dar enchente, incêndio ou qualquer outra desgraça.
Acho que tudo isso está relacionado a super exposição que agora parece ser necessária para as pessoas conectadas – “Eu, eu, eu. Você? Ah, não, que assunto chato… Vamos voltar a falar de mim! Eu tenho um monte de coisas para dizer, quero te mostrar como conheço pessoas super hiper bacanas, como sou foda ao viajar para a casa do caraleo, como sou cult e pop ao endossar campanhas pró qualquer coisa que pareça legal sem ter tido o cuidado de verificar os fatos”. Estou indo na contramão desse conceito.
Realmente espero que 2012 traga mais maturidade emocional para todos. Esse negócio de “eu, eu, eu” é limitante demais. Não há aprendizado quando só se escuta a própria voz!
Uma coisa que me intrigou neste ano foi a história dos estudantes na USP, fiquei perplexo. Todo mundo discutindo se os policiais abusaram da autoridade, se o uso da maconha deveria ser liberado, se os moleques usavam roupas de marca e uma questão sequer foi mencionada: como é que alguém tão burro a ponto de fumar maconha na frente de um policial pode ter passado em um vestibular?
O problema é mais grave do que se imagina, não pode ser normal um sujeito que fuma um baseado na frente da PM e acha que está tudo bem. Acho que está na hora de mudar o vestibular, fazer como se faz em lugares mais civilizados, provas e entrevistas periódicas. Outra solução seria colocar um mata-burro na portaria…
No esporte achei interessante o baile de bola que o Barcelona aplicou no Santos, se você não viu o jogo, assista. Foi uma aula de futebol, os meninos do time brasileiro pareciam crianças em rodas de “bobinho”, o placar do jogo poderia ter sido muito maior do que os 4×0. Neymar fez ótimos negócios e se destacou na publicidade, mas o evento ensinou muito sobre coletividade, treino e clareza na orientação.
Bom, bobagens a parte, 2011 foi um ano interessante, Dilma está aí fazendo um bom governo, melhor que Lula, acredito. O Corinthians foi campeão brasileiro com uma arbitragem corretíssima e nada tendenciosa. Belchior desapareceu e foi encontrado eu nem sabia que estava vivo. Joana Machado ganhou uma tal de “A Fazenda”, não assisti, mas quando eu era um jovem urso me lembro dos bichos que tinha nesse tipo de lugar. Pela primeira vez, na história desse país, Adriano (ex-jogador em atividade) se meteu numa confusão e não tinha culpa.
Com tudo isso, desejo que 2012 seja um ano realmente melhor, detesto ter que caçar coisas boas para escrever em retrospectivas! Morte ao ano velho! Vida longa, de 365 366 dias apenas, ao ano novo!
Até mais!
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